Zero Desperdício já recuperou 277 mil refeições

Comunidades20 Março, 2013

O movimento Zero Desperdício aproveita os bens alimentares que antes acabavam no lixo. Cerca de três mil pessoas em situação de carência já foram ajudadas.

Zero Desperdício já recuperou 277 mil refeições

Primeiro foi necessário conseguir a reinterpretação da lei que impedia a recuperação de refeições já preparadas – para acabar com o desperdício de milhares de quilos de alimentos em Portugal. Com a ajuda da ASAE e de uma empresa de segurança alimentar, a associação Dariacordar conseguiu definir os «procedimentos e as boas práticas» que garantem a segurança destas refeições.

A partir daí, nasceu o Movimento Zero Desperdício com a missão de contactar e por em contacto as entidades interessadas, ou seja, as diversas entidades de apoio social e as empresas ou entidades dadoras. Este projeto deu origem a uma imensa rede que distribui e reaproveita refeições que, anteriormente, iam parar ao lixo.

Em menos de um ano, o movimento Zero Desperdício já recuperou o equivalente a 277.600 refeições em Portugal. Neste momento, a área de atuação abrange Loures, Sintra, Cascais, e seis freguesias de Lisboa.
Quanto aos dadores, são já cerca de cem, entre restaurantes, hospitais, hotéis, escolas e até entidades governamentais como a Assembleia da República ou o Banco de Portugal. Um dos parceiros mais recentes é o Colégio Militar, que já está a ceder refeições para a zona de Benfica.

António Costa Pereira, presidente da Dariacordar, faz questão de sublinhar que este «não é um movimento que assenta na caridade, mas sim um conceito que traz vantagens sociais, económicas e ambientais».

O Parlamento Europeu sugeriu à Comissão Europeia que 2014 seja proclamado Ano Europeu contra o Desperdício Alimentar. A proposta ainda está em análise. «Caso 2014 seja designado dessa forma, Portugal, com o bom exemplo que deu com este projeto social, receberá muitos congressos conectados com a temática do desperdício alimentar e, desta forma, ajudaremos a dar um impulso à nossa economia», diz António Costa Pereira.

O formato simples deste modelo de recuperação de alimentos garante o sucesso do projeto que já captou a atenção da Food and Agriculture Organization (FAO).