Presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, desde a sua fundação em 2006, foi também a Coordenadora Nacional do Ano Europeu do Voluntariado, em 2011. No ano seguinte, o Presidente da República, Cavaco Silva, nomeou-a Comendadora, mas informalmente, tinha outro título, o de «senhora solidariedade».

Nascida no Rio de Janeiro, passou a infância e a juventude em Trás-os-Montes, o que lhe moldou o carácter aguerrido. Acabou por se fixar nos anos 60 em Santarém, para onde veio trabalhar como notária.

Licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1960, afirmava-se como «feminista entre aspas» e envolveu-se na luta pela afirmação das mulheres na função pública.

«Na altura, havia um regulamento que dizia que as mulheres não podiam ir além de chefe de seção. Eu aceitaria isso se não me sentisse capaz de exercer o cargo, mas nunca por ser mulher», costumava contar. Elza Chambel acabou por conseguir fazer do estatuto do pessoal da Caixa de Previdência de Santarém um exemplo a nível nacional.

Depois deste desafio, Elza Chambel acabou por integrar a comissão instaladora do Centro Distrital de Segurança Social de Santarém, de onde saiu para a Caixa das Doenças Profissionais e, mais tarde, para a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Em paralelo, sempre se dedicou à promoção do voluntariado. Procurava agitar consciências e dar visibilidade à causa. Ainda no passado disse numa entrevista que «o voluntariado não pode substituir postos de trabalho».

Elza Chambel deixa mais de meio milhão de voluntários em Portugal. Perdeu hoje a batalha contra o cancro. Tinha 78 anos.