O Banco de Partilha Social vai lançar uma campanha de mobilização nacional, em que desafia os portugueses a partilharem 20 euros por ano e contribuírem assim para esta causa social
O Banco de Partilha Social vai lançar uma campanha de mobilização nacional, em que desafia os portugueses a partilharem 20 euros por ano e contribuírem assim para esta causa social que pretende criar já este ano 500 postos de trabalho.
Fundado há um ano por um grupo de seis jovens, o Banco de Partilha Social (BPS) propõe gerar 20 mil postos de trabalho em cinco anos, através da criação de uma rede nacional de jovens, chamados «Anjos da Guarda Social», para acompanhar idosos, e de uma rede de hortas para desempregados de longa duração.
«Vamos conseguir criar postos de trabalho para os jovens que estão em situação desesperante de desemprego e ajudar os idosos que estão isolados», explicou Luís Figueiredo, um dos mentores da iniciativa.
Para alcançar este objetivo, a cooperativa de Solidariedade social BPS lança, este mês, uma campanha de mobilização nacional, em www.somoscidadania.pt, em que irá convocar os portugueses a participarem nesta causa, abrindo uma conta no Banco de Partilha Social.
«Acreditamos que um em cada 10 cidadãos vai querer fazer parte desta causa social nacional», através do «gesto simples» de partilhar ou poupar 20 euros por ano, explicou.
Luís Figueiredo está convicto que será possível criar os primeiros 500 postos de trabalho já este ano, principalmente «a nível dos anjos da guarda sociais, que são a estrutura que vai ficar no terreno a servir de apoio a todo o resto da iniciativa, nomeadamente aos agricultores sociais».
Para divulgar o projecto, os jovens realizaram no ano passado um périplo nacional, tendo percorrido numa Renault 4, baptizada de «A liberdade», 90 cidades, onde foram ao encontro «de jovens desempregados e de idosos, que estão sozinhos e desencantados com a vida», contou.
Em todas as cidades falaram «olhos nos olhos» com quase 15.000 jovens desempregados da área social, que ficaram «apaixonados pela iniciativa», porque pode significar «um trabalho como anjo da guarda social».
«Foi impressionante a dimensão dos jovens que vinham ter connosco neste grito de desespero» e «concluímos que estamos a falar de algo que é real», disse Luís Figueiredo.
Por um lado, «temos os nossos filhos que estão em casa desempregados, no sofá, e por outro, temos os idosos que são os nossos avós e que estão também sozinhos em casa, abandonados», elucidou.
«Este périplo ensinou-nos que é possível agir, que há vontade de aceitar esta nossa proposta de partilha social, de nos ajudarmos uns aos outros», frisou.
Os jovens contactaram várias autarquias, que mostraram disponibilidade em ceder terrenos para criar hortas sociais.
As autarquias manifestaram «todo o interesse em participar», porque têm em mãos muitas situações de pessoas em «situação de extrema precariedade» e por considerarem que seria uma «excelente resposta» para arranjar emprego para estas pessoas como «agricultores sociais».
O encontro irá reunir um «vasto grupo de jovens desempregados», que irá planear «uma estratégia nacional, sólida, responsável, coerente e sustentável, com o propósito de ser a iniciativa da história recente, que mais contribuiu para combater principalmente o desemprego jovem» e a «solidão crónica dos idosos».