Prémio Gulbenkian para The West-Eastern Divan Orchestra

Capacitação25 Julho, 2012

O júri que avaliou os candidatos ao Prémio Gulbenkian salienta o contributo da orquestra israelita para o diálogo e a aproximação no Médio Oriente, bem como para a educação e desenvolvimento dos dois povos

Prémio Gulbenkian para The West-Eastern Divan Orchestra

A The West-Eastern Divan Orchestra foi criada em 1999 por Edward Said e Daniel Barenboim e junta músicos israelitas, palestinianos e de outros países árabes e tem o intuito de ajudar a ultrapassar as barreiras e os conflitos históricos entre israelitas e palestinianos através do gosto pela música, que os leva a conhecerem-se melhor e a superarem ódios e desentendimentos.

De acordo com um comunicado enviado pela Gulbenkian, os fundadores da Orquestra acreditam que o conflito no Médio Oriente não se resolverá pela via militar e quiseram mostrar, com este grupo, que só construindo pontes é que é possível encorajar as pessoas a ouvirem e conhecerem os dois lados do conflito.

Jorge Sampaio, na qualidade de presidente do júri, afirmou que «A escolha da West-Eastern Divan Orchestra é oportuna e exemplar a vários títulos: celebra o poder de comunicação universal da música e a sua capacidade de transcender divisões e conflitos; aposta nos jovens e na sua aptidão em encontrar soluções novas para problemas velhos; é uma chamada de atenção para um conflito que grassa há décadas e se repercute numa região inteira. Mas é também a celebração do valor do diálogo intercultural e do seu contributo para a harmonia e a paz».

A Orquestra já tem actuações previstas para o festival de Salzburgo, em Agosto, e apresenta-se nos grandes palcos do mundo.

Em 2005, o maestro e o pianista Daniel Barenboim dirigiram, pela primeira vez em Ramalah, na Cisjordânia, aquele que foi considerado um «concerto histórico» na vida dos dois povos.

Em lisboa, em Agosto de 2007, a Thee West-Eastern Divan Orchestra tornou-se inesquecível devido ao seu concerto no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian aquando o encerramento da programação do Estado do Mundo.

De salientar que o Prémio Calouste Gulbenkian surge para substituir os cinco prémios Gulbenkian atribuídos entre 2007 e 2011, nas áreas dos Direitos Humanos e Ambiente, da Arte, Ciência, Beneficência e Educação.

Criados para assinalar o cinquentenário da Fundação, em 2006, os Prémios Gulbenkian distinguiram mais de três dezenas de pessoas e instituições ao longo dos seus cinco anos de existência.