Nesta altura faltam 15 mil milhões de dólares nos cofres da ONU. O ano passado aumentaram as doações, mas as necessidades aumentaram ainda mais. Os efeitos deste défice sentem-se por exemplo na Síria onde já foi preciso fazer cortes na alimentação de 1,6 milhões de crianças refugiadas e cerca de 750 mil não puderam ir à escola.Pode ser uma parte do bilhete para o cinema, para um jogo de futebol, para um concerto. Como pode ser uma taxa sobre os transportes aéreos. O importante, diz um relatório das Nações Unidas, é descobrir formas alternativas de ajudar a financiar as missões humanitárias da organização.
A falta de apoio no local de origem obriga as famílias a procurarem sobreviver noutras paragens e foi, segundo os autores deste relatório, uma das causas do êxodo para a Europa.
A solução, ou pelo menos parte da solução, pode estar na criação de uma taxa solidária, que até pode ser de pagamento voluntário. De qualquer forma, é um passo que terá de ser dado pelos governos e será mais fácil se tiver a aceitação dos eleitores. Os promotores desta resposta defendem que a taxa pode ser introduzida no ocidente mas também nos países muçulmanos.
A proposta faz parte de um relatório apresentado no Dubai e que vai ser discutido em Istambul, na Turquia, no próximo mês de maio. Aqui, pretende-se passar das ideias aos atos.
Os beneficiários desta taxa seriam as vítimas de catástrofes naturais e conflitos que, não é preciso ser adivinho, também este ano vão precisar de ajuda humanitária de emergência.
A prioridade são as ações de alimentação e cuidados de saúde às zonas com grande concentração de refugiados. A futura taxa pode incidir sobre qualquer tipo de bens ou serviços, desde que envolva grande número de transações de forma a poder ser muito pequena e permitir, mesmo assim, receitas significativas.
O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon gosta da ideia e afirma que «nestes tempos de mega crises, este relatório prova que o problema do financiamento é ultrapassável».
Não passa, por enquanto, de uma sugestão, mas já se iniciaram contactos, nomeadamente com a FIFA, A Federação Internacional de Futebol.