A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) Portugal alertou para a redução da pobreza e pediu a definição urgente de uma estratégia nacional para combater esta realidade.
Na declaração,feita para assinalar o Dia Internacional Para a Erradicação da Pobreza, a EAPN Portugal analisa os impactos das políticas macroeconómicas, de emprego, educação e políticas de formação, de combate à pobreza, participação e governança, e divulga seis apelos «de absoluta urgência» para combater a pobreza e a exclusão social.
“A profunda crise financeira e económica, de alcance mundial, e os efeitos que dela derivaram e que se começaram a fazer sentir no ano 2008 estão a afetar de forma muito significativa o modelo social europeu, em particular nos países do sul da União Europeia”, pode ler-se no comunicado.
A EAPN alerta também para «efeitos perversos» das prioridades macroeconómicas focadas na austeridade, que «são já claramente identificáveis», especialmente nos países sob intervenção da troika, como é o caso de Portugal.
Em especial a queda do limiar de pobreza, o empobrecimento generalizado da população, o aumento dos trabalhadores pobres associados ao aumento do desemprego, o crescimento da pobreza infantil, o progressivo desmantelamento do Estado social e o aumento das desigualdades sociais.
«Se por um lado, o esforço financeiro gerado pelas medidas negociadas com a Troika está a afetar drasticamente aqueles que possuem menos recursos e que mais dependem de ajudas do Estado, quer seja pela situação de desemprego, doença, incapacidade ou outra, não é menos verdade que estes efeitos são transversais à sociedade portuguesa», salienta a EAPN Portugal.
A organização sublinha ainda que «muitos dos direitos económicos e sociais básicos estão atualmente a serem postos em causa ou, em parte significativa, a serem negligenciados».
O caminho defendido pela Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) Portugal deve passar pelo investimento social, que «pode ter um papel chave».