A Academia Sueca surpreendeu ao atribuir o Prémio Nobel da Paz de 2015 ao Quarteto de Diálogo para a Tunísia, organização que teve um papel fundamental no caminho da democratização da Tunísia
A porta-voz do Comité Norueguês da Academia Sueca diz que o prémio pretende ser «um elemento encorajador» para todos os tunisinos, mas também poderá funcionar «como uma inspiração para todos os que aspiram à democracia na Tunísia, Norte de África e no resto do mundo».
O Quarteto integra quatro «organizações chave» da sociedade civil tunisina: A União Geral dos Trabalhadores da Tunísia (UGTT), A Confederação de Indústria, Comércio e Artesanato da Tunísia (UTICA), A Liga dos Direitos Humanos da Tunísia (LDHT) e da Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia (ONAT). O Quarteto, formado no Verão de 2013, «estabeleceu-se como uma alternativa, um processo político pacífico numa altura em que o país estava à beira de uma guerra civil».
A distinção da Academia Sueca surge pelo papel desempenhado pelo Quarteto na construção de uma democracia pluralista após a Revolução de Jasmim de 2011. «Estas organizações representam diferentes sectores e valores da sociedade tunisina: trabalho, segurança social, direito e direitos humanos. Com esta base, o Quarteto exerceu o seu papel como um mediador e força motriz para avançar com um processo de paz democrático na Tunísia».
Este ano, a Academia teve de escolher entre 273 candidatos: 68 organizações e 205 individualidades. Entre os favoritos estavam a chanceler alemã, o presidente da Colômbia e o líder das Farc, segundo o International Peace Research Institute, um organismo internacional que acompanha temas relacionados com a paz.
No ano passado, os vencedores foram o indiano Kailash Satyarthi e a paquistanesa Malala Yousafzai pela sua força contra a opressão de crianças e jovens e pela luta pelo direito à educação das crianças.