Nelson Mandela foi um homem de gestos

Sociedade Civil6 Dezembro, 2013

Nelson Mandela foi um homem de gestos. Como este: apenas aceitou sair da prisão quando recebeu garantias de que todos os outros prisioneiros polí­ticos seriam libertados como ele

Nelson Mandela foi um homem de gestos

Nelson Mandela foi um homem de gestos. Como este: apenas aceitou sair da prisão quando recebeu garantias de que todos os outros prisioneiros polí­ticos seriam libertados como ele. O advogado e ativista acreditou na luta pela libertação de todo um povo.

Depois de 27 anos preso, foi eleito o primeiro Presidente negro na África do Sul. O seu legado vai muito além do seu país e do tempo em que viveu.

Quando anunciou que deixava a polí­tica, Nelson Mandela fê-lo com a mesma naturalidade com que dizia: «Toda a gente morre.» Escolheu deixar a presidência da África do Sul no fim do primeiro mandato dois anos depois de decidir abandonar a liderança do Congresso Nacional Africano (ANC), que transformou num farol da luta de libertação do seu país. Na sombra, manteve uma atividade pública, por vezes próxima da polí­tica. Estávamos em 1999.

Cinco anos depois, com 86 anos, anunciou brincando que ia «reformar-se da reforma». Era a sua maneira de dizer que desta vez era mesmo de verdade. «Não me telefonem, eu telefono-vos», disse na altura num encontro com jornalistas. «Não lhe telefonámos», escreveu o jornalista Ido Lekota em 2010 no jornal The Sowetan, «mas a sua figura «maior do que a vida» continua a pairar sobre a nossa democracia e o panorama polí­tico» da África do Sul, acrescentou.

Hoje, três anos depois, Ido Lekota continuaria provavelmente a escrever o mesmo do lí­der da luta anti-apartheid, preso durante 27 anos por lutar contra o regime segregacionista da África do Sul, que foi Prémio Nobel da Paz (com Frederik de Klerk) em 1993 e primeiro Presidente negro da África do Sul eleito um ano depois. «O estadista mais amado» do mundo, como se lhe referiu em tempos o New York Times, esteve internado este ano, com uma infeção pulmonar, como o foi várias vezes nos últimos dois anos.

Deixa uma obra completa: um país que imaginou e criou a partir de um ideal.

Faleceu esta quinta-feira, com 95 anos, na sua casa em Joanesburgo.

Recorde «Invictus» – o filme de Clint Eastwood sobre Nelson Mandela