As famílias carenciadas de Famalicão dispõem, a partir de agora, de um «banco» onde podem «levantar» móveis para os seus lares, de uma forma completamente gratuita, graças a uma parceria entre a Câmara Municipal e o parque comercial «Lago Discount». Segundo Alexandra Pinto, representante daquele espaço comercial, o «banco de móveis» dispõe, atualmente, mais de meio milhar de peças, entre sofás, conjuntos de sala e de cozinha e artigos de decoração. Os móveis podem ser levantados, apenas e só, por pessoas sinalizadas e encaminhadas pelos Serviços Sociais do Município, de forma a garantir que são entregues «a quem realmente precisa». «E há muita gente que precisa, há muita gente que não tem uma cama para dormir», referiu o presidente da Câmara, Armindo Costa.

O projeto nasceu na sequência de uma ação de marketing que o Lago Discount desenvolve já há cinco anos, denominada «Troque Troque», que resultou na angariação de uma grande quantidade e variedade de móveis e peças de decoração usadas. Algumas das peças são vendidas numa feira de velharias que o «Lago Discount» promove mensalmente, enquanto outras já foram doadas a algumas instituições do concelho.

Agora, arranca a campanha solidária direcionada para as famílias mais carenciadas. «É uma forma de combater o desperdício, dando a quem precisa o que tínhamos de sobra», sublinhou Alexandra Pinto.

Os parceiros no projeto equacionam já a hipótese de alargar a recolha de móveis, abrindo-a também a particulares que, por uma razão ou outra, se queiram desfazer de uma cama, de um sofá ou de um candeeiro.

«Em vez de os irem depositar nas matas, poluindo o ambiente, poderão fazê-lo aqui, na certeza de que assim estão também a contribuir para um maior conforto num qualquer lar do concelho», disse Armindo Costa.

Recordou que a Câmara está envolvida num outro projeto de recuperação de eletrodomésticos, no âmbito de uma parceria com a escola profissional CIOR. A Câmara fornece ou dá o dinheiro para as peças necessárias para pôr um frigorífico ou uma televisão a funcionar, enquanto a escola oferece a mão-de-obra. No final, os eletrodomésticos recuperados são oferecidos a famílias com maiores dificuldades financeiras.

Estas duas parcerias complementam o projeto «Casa Feliz», que o Município lançou em 2005, para financiar obras de recuperação de habitações, até um montante máximo de 5000 euros.

Desde então, já foram concretizados mais de 100 processos de reabilitação de casas degradadas, tendo a Câmara comparticipado com um total superior a 500 mil euros.

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