A iniciativa pretende criar um número mínimo de 62 postos de emprego durante os próximos dois anos, no âmbito dos serviços domésticos
O projecto, pioneiro em Portugal, foi lançado no passado dia 22, no Museu da Electricidade, em Lisboa, e pretende englobar as mulheres das zonas mais problemáticas da capital. Cova da Moura e Bairro do Casal da Mira são duas dessas áreas.
As «Marias» são seleccionadas de acordo com critérios de exigência e são posteriormente formadas para desempenharem de forma correcta as suas funções. Este é um projecto inovador que pretende traçar um caminho autónomo para estas mulheres, que viram muitas das vezes os seus sonhos e percurso pessoal interrompidos devido ao difícil contexto social e económico. Ao longo de todo este processo, verificou-se uma procura intensa por parte de muitas famílias, que buscam nas «Marias» um aliado à organização do lar.
Tendo em conta que se trata de pessoas com vasta experiência na área dos serviços domésticos, são perfeitas para tratar da casa, da roupa, da confecção de comida e até mesmo das crianças. De acordo com Sérgio Figueiredo, administrador delegado da Fundação EDP, «o mérito deste projecto assenta na capacitação de mulheres que estão empenhadas em romper um ciclo de exclusão laboral, procurando a sua auto empregabilidade e auto sustentabilidade financeira».
As trabalhadoras integradas neste projecto são consideradas colaboradoras por conta de outrem, neste caso o cliente particular, que assume a total responsabilidade enquanto entidade empregadora. Assim sendo, é este mesmo cliente que celebra o contrato de trabalho, trata das contribuições para a Segurança Social, do seguro de segurança no trabalho e do vencimento dos colaboradores. Cabe aos mentores do projecto «Marias» facilitar, ao máximo, o cumprimento de todas essas responsabilidades.