Europeus dão menos para combater pobreza mundial

Pobreza e Exclusão Social21 Outubro, 2013

Decresceu 4% em 2012 a ajuda dos países da UE para combater a pobreza mundial, diz o relatório da Confederação Europeia de Organizações Não-Governamentais de Ajuda Humanitária e Desenvolvimento

Europeus dão menos para combater pobreza mundial

No ano passado os países da União Europeia disponibilizaram 50,6 mil milhões de euros, o que corresponde a apenas 0,39% do rendimento nacional bruto (RNB).

«A ajuda externa da UE regrediu assim para os níveis mais baixos desde 2007, com as projeções Aid Watch a preverem que o total da ajuda permaneça estagnado em cerca de 0,43% do RNB da UE durante os anos de 2013 e 2014», frisa um comunicado da Plataforma Portuguesa das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), associação privada que representa um grupo de 69 ONGD registadas no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

«Os cortes na Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) por parte da União Europeia colocam em causa a luta contra a pobreza mundial», sublinham, acrescentando: «A dois anos da meta estabelecida pelas Nações Unidas para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, definidos no ano 2000, a evolução da Ajuda Pública ao Desenvolvimento disponibilizada pela União Europeia tem marcado passo».

Portugal, com um plano de resgaste financeiro, é um dos estados-membros da UE que diminuiu a ajuda acentuadamente, registando 13,1 por cento.

«Não é apenas importante honrar os compromissos assumidos quanto à quantidade de fundos afetos à cooperação. É também, e sobretudo, importante aplicar de forma transparente e eficaz os fundos disponibilizados para o cumprimento dos objetivos de erradicação da pobreza», sublinha o Pedro Krupenski, presidente da Direção da Plataforma Portuguesa das ONGD.

Letónia (17%), Luxemburgo (14%), Polónia (14%), Áustria (8%), Lituânia (8%) e Reino Unido (7%) são alguns dos países europeus onde a ajuda tem vindo a aumentar substancialmente.

Dinamarca, Luxemburgo e Suécia são os únicos países a alcançarem a meta de 0,7 % do RNB.