O nível de desequilíbrio cresceu tanto entre 2008 e 2010 quanto nos 12 anos anteriores, de acordo com o estudo realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE)
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) adverte para o impacto da crise o avanço da precariedade na Europa.
No relatório são destacados os riscos da desintegração do Estado, como efeito da política de austeridade fiscal em vigor. “Se o Estado de bem-estar contribuiu para reduzir o choque para muitos indivíduos, novas diminuições de despesas sociais nos países da OCDE podem causar uma alta da desigualdade e da pobreza nos próximos anos”.
De acordo com o balanço o rendimento dos 10 por cento mais ricos era 9,5 vezes superior à renda dos 10 por cento mais pobres em 2010, quando antes era de apenas nove vezes. Um sinal de que os mais ricos foram os menos prejudicados pela crise em 21 dos 33 países que compõem a organização.
A taxa média de pobreza subiu entre crianças e jovens – o grupo mais afetado -, caindo só entre os idosos, que em tempos de desemprego alto são protegidos pelas pensões.
“Essa constatação preocupante reitera a necessidade imperiosa de proteger os cidadãos mais vulneráveis, no momento em que os governos realizam esforços para conter as despesas públicas”, afirmou em nota o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, que defendeu reformas fiscais que preservem as classes mais baixas. “As políticas que visam estimular o crescimento do emprego devem ser concebidas para assegurar a equidade, a eficácia e a inclusão social.”