Desempregados cultivam horta e apoiam carenciados

Comunidades18 Outubro, 2012

Até ao momento, já foram ajudadas mais de 300 famílias carenciadas do concelho

Desempregados cultivam horta e apoiam carenciados

Tudo começou devido a um terreno que a autarquia cedeu à associação A Voz da Juventude, da qual este grupo faz parte. Juntaram-se diversas ideias, pessoas com vontade de trabalhar e, rapidamente, a teoria passou à prática.

Os jovens, na sua maioria licenciados sem emprego, começaram a cultivar produtos como batatas, cebolas, pimentos, tomates e alfaces e, posteriormente, a distribuí-los pelos agregados familiares mais carenciados da cidade, que se debatem com sérias dificuldades económicas provocadas por situações de desemprego prolongado, catástrofe, morte, abandono ou prisão.

O presidente da associação, Hugo Silva, referiu à agência Lusa que ser agricultura não é tarefa fácil, mas afirmou que a felicidade das pessoas quando recebem os bens alimentares compensa o esforço. «Trabalhar na agricultura dá muito trabalho porque é preciso preparar a terra, semear, sachar, mas o resultado final é compensatório», garantiu.

Antes do início do projecto, nenhum dos jovens dominava a agricultura, mas, com o decorrer do trabalho e com a ajuda de dicas encontradas na Internet, já são «quase especialistas na matéria», confessou Hugo, acrescentando, que, no terreno, o grupo construiu até uma estufa rudimentar com plásticos e ramos de árvores, inspirada num molde descoberto online.

«Semeamos as sementes na estufa e depois transplantamo-las para o terreno. O trabalho é feito por turnos e conforme a nossa disponibilidade», explicou o responsável.

Apesar de os agricultores serem apenas nove, na altura da colheita as «mãos voluntárias» multiplicam-se e conseguem dar conta do recado com a «boa vontade» dos amigos, namoradas/os e familiares.

A distribuição dos alimentos é também feita nas suas próprias viaturas, coincidindo com a acção do Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados (PCAAC).

De acordo com Hugo Silva, o concelho de Chaves tem vindo a receber cada vez mais pedidos de ajuda.

«O nosso objectivo é dar um pouco de nós aos outros e tornar as famílias mais felizes», sublinhou. A missão tem sido bem-sucedida e as ideias não páram de crescer. Na próxima distribuição de alimentos, um nutricionista irá acompanhar os voluntários e, gratuitamente, aconselhar as famílias de modo a permitir uma alimentação mais saudável, com refeições nutritivas a baixo custo.

Além disso, a entidade vai ainda levar a cabo uma campanha especial de Natal para angariar produtos, respondendo, assim, ao aumento dos pedidos de ajuda.