Em Amorim e em Santa Maria da Feira, os terrenos já estão a ser lavrados por 70 colaboradores da corticeira, desde os quadros dirigentes aos operadores de máquinas, passando pelos técnicos de laboratório e por várias classes de operários
O director de sustentabilidade da Amorim, Daniel Bessa, declarou à agência Lusa que o projecto de criação destas novas hortas se insere na estratégia «ambiental e social que a empresa promove diariamente com os seus colaboradores que, assim, fazem o aproveitamento saudável de terras que estavam inutilizadas, atendendo aos princípios da agricultura biológica».
«As pessoas que aderem à iniciativa formam equipas para tratar das hortas, organizam-se para cultivar os seus produtos e obtêm, assim, alimentos saudáveis, o que também fortalece o espírito de coesão que a empresa sempre pretendeu promover internamente», revela Bessa, acrescentando ainda que a participação está aberta a todo o pessoal das unidades de Santa Maria da Feira e que os resultados da experiência vão ser posteriormente partilhados com os 2500 colaboradores que a Amorim tem em todo o país, para que esses «também possam, de alguma forma, ser envolvidos no projecto».
Sandra Silva, que escolhe rolhas nessa fábrica e integra o grupo de agricultores responsável pelo talhão da ChampCork, “Os sabores da Natureza”, confessa que, apesar de ter aderido ao programa das hortas biológicas «por brincadeira», agora «a equipa faz tudo com muito gosto e tenta ir ao pormenor».
«Começámos a plantar tudo muito rápido, mas depois veio aquela fase de mau tempo e estragou muita coisa, mas com o calor parece que voltou tudo à vida e já levámos as primeiras alfaces pra casa».
Couves, cebolas, feijão-verde, pepinos, morangos, tomates, alfazema e abóboras são os outros produtos já plantados nos terrenos dessa unidade industrial, onde há também espantalhos e diversos CD que, ao reflectir luzes com a movimentação do vento, assustam e afastam as raposas e os esquilos.
Aqui, nestas hortas, rivalidade entre os que levam os produtos para casa e os que esperam pela sua vez, não há. «Só há competição entre uma equipa e outra, e entre a ChampCork e a Amorim & Irmãos», revela Marlene Santos, que trabalha na marcação de rolhas. «É claro que a Amorim & Irmãos tem que ficar para trás», diz em tom de brincadeira.