Cáritas: «é urgente erradicar a Pobreza»

Fundações17 Outubro, 2012

A campanha visa alertar para o escândalo da fome, que persiste hoje, em Portugal e no mundo inteiro

Cáritas: «é urgente erradicar a Pobreza»

Para Eugénio Fonseca, presidente da organização católica, este é «um desafio mais exigente e clamoroso quando o empobrecimento de milhares de famílias portuguesas, que jamais julgariam cair nesta condição de penúria, levou muitas delas a ficarem privadas do acesso a tantos direitos humanamente inalienáveis, como é o da alimentação», explicou em comunicado.

No seu relatório de 2012 sobre insegurança alimentar, a FAO ? Organismo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura ? alerta para o facto de 850 milhões de pessoas se encontrarem em estado de subnutrição.

A rede Cáritas, em Portugal e no mundo, tem testemunhado e denunciado as estruturas que negam o acesso a um direito fundamental, como é o direito à alimentação, a 15% da população mundial. Em conjunto com outros organismos, esta entidade tem contribuído para minimizar o drama através de acções concretas que vão desde o apoio alimentar directo às pessoas, à influência das grandes linhas de políticas internacionais.

Eugénio Fonseca releva, na mensagem publicada, que «o primeiro passo, para erradicar a violência da pobreza, é conhecê-la em profundidade e difundir as estatísticas do atendimento da acção social».

Diz ainda que é urgente uma «eficaz cooperação, a nível de freguesia», para que os casos sociais e a pobreza possam ser solucionados.

«Um passo determinante é a criação de condições que gerem a autonomia dos empobrecidos. A criação de emprego é uma dessas condições», acrescenta. Nesse sentido, o comunicado apela ainda à promoção de «iniciativas de desenvolvimento sociolocal», tendo em vista a solução dos problemas de emprego e de outros problemas sociais «a partir da actividade de animadores locais, em regime de voluntariado».

A Cáritas Portuguesa pretende que «todas as pessoas repensem a sua atitude diária no que toca, por um lado, à sua postura em relação à luta pela erradicação da pobreza e, por outro, que tomem conhecimento e se tornem mais participativas».

A campanha retoma ainda os 10 mandamentos contra a fome, recordando que cerca de 1,2 mil milhões de pessoas «vive penosamente, muito abaixo do limiar mínimo da pobreza, com menos de um dólar por dia».