Elsa Fernandes, responsável pelo pelouro da acção social, explicou à Lusa que esta medida pretende aproveitar os restos alimentares das refeições produzidas nos edifícios da autarquia, do centro escolar da Sequeira e do jardim de infância de S. Miguel, tendo em conta que as situações de pobreza aumentam de dia para dia
«Andávamos a trabalhar nesta proposta já há um ano, porque tínhamos excedentes e era um desperdício estar a lançá-los para o lixo, já que não podemos fazer uso dos alimentos em outras refeições posteriores», justificou Elsa Fernandes.
A autarca salientou ainda que a Câmara tem dado apoio «pontualmente as situações de carência absoluta». Esse apoio passa, a partir de segunda-feira, a ser pretado de um modo contínuo e diariamente organizado a um número mais alargado de pessoas carenciadas, mediante «critérios de justiça e de transparência».
Assim sendo, vão beneficiar desta ajuda as famílias que residam no concelho há pelo menos um ano e cujo rendimento «per capita» não seja superior a 426,42 euros.
Os alimentos vão ser disponibilizados «de forma digna, equitativa e transparente, a pessoas e famílias em estado de comprovada carência económica», assegurou ainda Elsa Fernandes.
Este apoio alimentar durará três meses e os serviços de acção social da autarquia vão avaliar de forma trimestral se as pessoas beneficiadas continuam, ou não, a precisar dele.
Neste momento, estão referenciadas 20 famílias para usufruirem deste auxílio, sendo que o número de pessoas a ajudar diariamente vai variar conforme as «sobras» de cada dia.
As famílias mais carenciadas irão receber indicações diárias sobre a disponibilidade dos alimentos e os alimentos serão directamente levantados nos refeitórios, no final de todas as refeições, ou entregues ao domicílio pelos serviços da Câmara Municipal da Guarda sempre que se justifique.