Associação de esclerose amiotrófica angaria 25 mil euros com banhos gelados

Angariação de Fundos26 Agosto, 2014

Número de sócios da associação criada há 16 anos duplicou nas últimas semanas, para perto de mil

Associação de esclerose amiotrófica angaria 25 mil euros com banhos gelados
Em menos de um mês a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) conseguiu um saldo inédito na conta graças à campanha viral dos banhos gelados, que em Junho se tornou um sí­mbolo da luta contra esta doença nos Estados Unidos.

 

Conceição Pereira, presidente da associação criada há 16 anos, revelou ao jornal i que até à data receberam 25 mil euros. Já o número de sócios, que ainda estão a confirmar, terá duplicado, de 470 para perto de mil.

 

A responsável fala de um momento sem precedentes para a associação, que esteve uma década parada. Têm há dois anos e meio uma nova sede em Lisboa e começaram também a fazer cursos de formação para quem cuida de doentes com este tipo de esclerose, uma doença degenerativa incapacitante que afecta cerca de 700 pessoas em Portugal. A associação tenciona usar as verbas nesses cursos, comparticipação de sessões de fisioterapia, apoio psicológico e ajudas técnicas, como cadeiras de rodas.

 

Quando a moda dos banhos públicos se tornou mais visí­vel em Portugal, a associação fez um apelo a que os contributos fossem endereçados às organizações nacionais em vez de à norte-americana, que até ontem revelou já ter angariado perto de 80 milhões de dólares (60,6 milhões de euros). A APELA tem sido por isso a principal destinatária dos donativos dos portugueses que aderem ao desafio de se encharcarem com um balde de água gelada, mas, tal como noutros países, as associações ligadas a outras doenças também têm beneficiado de um aumento dos donativos. É o caso da Liga Portuguesa contra o Cancro, que confirmou ao i ter recebido donativos no âmbito desta campanha, não tendo ainda um balanço do impacto.

 

DESPERDÍCIO DE ÁGUA A campanha nascida nas redes sociais começou com uma regra simples: quem não aceitasse o desafio para se encharcar com um balde de água deveria fazer um donativo. Entretanto, há quem siga este método e quem leve com o balde de água e faça na mesma um contributo. Ou quem só se molhe. Numa altura em que os montantes angariados em países como os EUA ou o Canadá já superam os milhões de dólares, tem ganho força uma corrente contra o desperdício de água que a campanha implica.