O estudo foi apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e desenvolvido pela Fundação Fé e Cooperação (FEC), em parceria com a Escola Superior de Educação Paula Frassinetti. Este estudo analisa as duas últimas décadas, que ficaram pautadas pela partida de 4 mil voluntários, bem como os perfis dos voluntários e das instituições que promovem o voluntariado.

Foram recolhidos dados junto de 57 organizações e obtidas 37 respostas e foram ainda aplicados 137 inquéritos a voluntários que frequentaram a formação FEC no ano de 2010, ex-voluntários ou voluntários em missão no momento.

No que diz respeito ao perfil dos voluntários missionários, o estudo demonstra que a maioria são mulheres (75%), jovens (80%), solteiros (80%), com curso superior (70%) ou com habilitações académicas pós-licenciatura (15%) e indivíduos activos na sua religião (70%).

Os jovens que se dedicam ao voluntariado têm idades compreendidas entre os 26 e os 35 anos (43%), seguindo-se o grupo de jovens até aos 25 anos (38%). Há também, apesar de corresponderem a um número muito menor, diversos idosos a partir em missão.

Quanto aos distritos de residência dos voluntários, pode concluir-se que são bastante diversificados. No entanto, o estudo realça «uma predominância» dos distritos de Lisboa, Aveiro, Porto e Braga. Já no que se refere à siatuação profissional dos voluntários, o trabalho conclui que, embora se verifiquem pessoas com empregos precários e desempregados, a maioria são estudantes ou detentores de um emprego considerado estável. Cerca de 62% afiram ter autonomia financeira. Mais de 50% exerce profissões de especialistas de actividades intelectuais e científicas, sendo grande parte professores, psicólogos e profissionais de saúde.

A duração da missão pode ser muito diversa, sendo que a maioria parte para programas de curta duração (entre um a três meses). Segundo o estudo, o número de voluntários enviados subiu muito, sendo «bastante frequente» o aumento do período de missão ou a repetição da experiência.