Ainda há milhões de pessoas a passar fome

Pobreza e Exclusão Social2 Outubro, 2013

Relatório da ONU sobre «O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo» revela que a percentagem da população com fome baixou 17% desde 1992, mas o problema atinge uma pessoa em cada oito

Ainda há milhões de pessoas a passar fome

Um total de 842 milhões de pessoas passou fome crónica no perí­odo entre 2011 e 2013. Ou seja, uma pessoa em cada oito não teve acesso a alimentação que, de forma diária e habitual, garantisse a energia suficiente para o desempenho das suas atividades cotidianas.

Este número ultrapassa em mais de 100 milhões a totalidade da população na Europa e que representa cerca de 12% da população mundial.

Segundo os dados do último relatório da ONU, ainda que a situação tenha melhorado e o total da população com fome tenha baixado dos 868 milhões registados entre 2010 e 2012, a prevalência de desnutrição continua a ser especialmente preocupante na África Subsaariana, onde os avanços têm sido modestos nos últimos anos. Nesta região, a média de pessoas com fome foi superior, atingindo uma em cada quatro.

O progresso revela-se igualmente lento no Sul da Ásia e norte da África, enquanto a Ásia Ocidental não mostra qualquer evolução positiva.

São necessários mais esforços

Ainda assim, olhadas como um todo, as regiões em desenvolvimento apresentam progressos significativos. Uma perspetiva animadora que o relatório «O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo» espelha, não deixando as três agências das Nações Unidas – o Programa Alimentar Mundial (PAM), a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrí­cola (IFAD) – de salientar que são necessários mais esforços para se alcançarem os objetivos mundiais de erradicação da fome traçados até 2015.

O relatório admite que o crescimento económico pode «aumentar os rendimentos e reduzir a fome”, mas sublinha que esse crescimento pode não chegar a todos. É preciso garantir que as polí­ticas de apoio, nomeadamente em matéria de emprego, produtividade agrí­cola e protecção social, visem “especificamente os pobres, especialmente aqueles em áreas rurais».

Recuando mais no tempo, o número total de pessoas subnutridas caiu 17% desde o perí­odo 1990-1992.