Com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, 18 pessoas deixam o seu emprego e 10 pedem uma licença sem vencimento para partir este ano para países em desenvolvimento
Cerca de 1403 Portugueses dedicam-se a ações de voluntariado missionário em 2017, realizam projetos de voluntariado missionário em países em vias de desenvolvimento e 1014 em Portugal. Um número global mais alto do que em período homólogo verificando-se um aumento no número de voluntários que parte para missões fora da Europa, segundo dados estatísticos divulgados pela Fundação Fé e Cooperação, organismo da Igreja Católica.
África, América do Sul, América Central, Ásia e Europa recebem os 389 voluntários portugueses, 349 pessoas para projetos de curta duração (missões dos 15 dias a 6 meses) e 40 em projetos de longa duração (entre 7 meses a 2 ou mais anos). No total, 70% são mulheres e 30% homens.
A maioria que parte entre janeiro e dezembro de 2017 tem idades compreendidas entre 18 e 35 anos, sendo 87% estudantes, recém licenciados ou pessoas empregadas que dedicam o seu tempo de férias para se integrar no desenvolvimento de projetos de voluntariado internacional.
Entre os 389 voluntários que participam este ano em projetos de voluntariado missionário, 100 deles vão repetir a experiência, representando 25,7% do universo das partidas.
Com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, 18 pessoas deixam o seu emprego e 10 pedem uma licença sem vencimento para partir este ano para países em desenvolvimento. Um total de 10 desempregados decidem dedicar o seu tempo a experiências de voluntariado missionário, representando um total de 3% no universo do número de partidas.
As principais áreas de intervenção são variadas: agricultura, animação sociocultural, construção de infraestruturas, educação e formação, pastoral, saúde, dinamização comunitária, entre outras necessidades. Ainda assim a educação e a formação continuam a ser o principal enfoque, estando um total de 32% de entidades envolvidas nestes projetos. Logo a seguir, vem o trabalho pastoral e a animação sociocultural representando um total de 20 e 19% respetivamente.
A desenvolver os seus projetos com ou para crianças, estão 21% das entidades, 20% com ou para jovens, 14% com ou para famílias, 12% com ou para mulheres e 11% com ou para idosos.
Quando questionados sobre as maiores marcas que os projetos, os países e a vivência em missões de voluntariado, deixam nas pessoas que partem, 31 entidades apontam a aprendizagem de novas formas de ser/estar, 22 a maior sensibilização para a interculturalidade e 21 o desejo de continuação de apoio aos projetos a partir de Portugal, 10 a maior valorização dos recursos naturais. De referir também, que as organizações afirmam que muitos voluntários, após o termo dos projetos, sentem o desejo de regressar ao país de missão para trabalhar numa empresa, ONGD ou associação (11%).
Este ano, são cerca de 1014 jovens e adultos os que realizam ao longo de todo o ano atividades de voluntariado missionário em Portugal, com uma duração que pode ir desde uma vez por dia, uma vez por semana, uma vez por mês, uma semana por ano, e outras, mas com uma regularidade assegurada. Este trabalho é desenvolvido em todas as regiões do país, tendo uma incidência maior em Lisboa e Vale do Tejo com um total de 281 voluntários.
A maior parte dos voluntários desenvolve atividades de animação sociocultural e de trabalho na área da educação e na área da pastoral, num total de 42% de ação nestes campos. 48% das entidades têm como enfoque do seu trabalho com crianças e jovens e 18% tem especial atenção à população mais idosa. 11% dedicam-se ao trabalho com ou para famílias. Na maioria das vezes, a mesma entidade trabalha em várias áreas em simultâneo respondendo às necessidades de diversas populações-alvo.