A portuguesa, investigadora e co-fundadora da empresa Veniam, foi distinguida pela Comissão Europeia com o Prémio Mulheres Inovadoras da UE 2016.
A Veniam desenvolve tecnologia que permite ligar automóveis em rede, transformá-los em pontos de acesso à Internet e recolher informação sobre os veículos, o que permite uma melhor gestão do tráfego ou de redes de transportes públicos.
A empresa nasceu há 4 anos, fundada por Susana Sargento, professora na Universidade de Aveiro, e pelo académico João Barros, da Universidade do Porto. Na altura, conseguiu cerca de 20 milhões de euros de capital de risco, numa ronda de financiamento que contou com investidores de peso: as operadoras Verizon e Orange, a Cisco (uma multinacional de infra-estruturas de comunicação) e a Yamaha, fabricante de motos e outros veículos. A Veniam tem sede nos EUA onde emprega três dezenas de engenheiros, mas mantém as instalações do Porto, onde é feito o desenvolvimento técnico.
Num texto publicado no blogue do comissário para a economia digital, Susana Sargento conta que, numa fase inicial, foi preciso arriscar: “Tudo começou com a vontade de saber cada vez mais, de ir sempre mais longe e trabalhar em áreas diferentes e em evolução. Foi por isto que me tornei investigadora, o caminho para o empreendedorismo começou com a nossa investigação bem-sucedida: fomos capazes de construir algo único no mundo. No entanto, o nosso sucesso não era antecipável desde o início” admite a investigadora.
O prémio, no valor de 100 mil euros, visa “consciencializar o público para a necessidade de mais mulheres inovadoras e empreendedoras”. De acordo com dados da Comissão Europeia, apenas 29% dos empreendedores europeus são mulheres.
Comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, o português Carlos Moedas afirmou que “é sempre uma grande honra ver os projectos portugueses, como o da Susana Sargento, vencer concursos europeus ao mais alto nível. Durante a cerimónia de entrega do prémio em Bruxelas, o comissário acrescentou que a Europa deve apoiar “pessoas que transformam a sua investigação em oportunidades de emprego e que concretizam as respetivas ideias em benefícios para a nossa sociedade e a nossa economia.”