Portugal prepara chegada de refugiados

Sociedade Civil27 Agosto, 2015

Portugal prepara-se para receber 1500 refugiados nos próximos dois anos. O Governo já tem grupo de trabalho organizado para tratar do acolhimento e integração destes migrantes

Portugal prepara chegada de refugiados

Está já a ser desenhado um plano de acolhimento com o Ministério da Administração Interna, o Ministério da Segurança Social, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação.

A edição de hoje do Diário de Notícias avança que o projeto do despacho inclui ainda o Alto Comissariado para as Migrações.

«O Governo está à espera que a União Europeia indique quando vêm os migrantes e qual o seu perfil, para que possamos adaptar a organização logística e disponibilizar os recursos necessários», disse ao DN fonte autorizada do Ministério da Administração Interna.

Neste momento, estes refugiados estão em centros de acolhimento em Itália e na Grécia. Segundo confirmou ao mesmo jornal a porta-voz oficial da direção europeia para os Assuntos Internos e Migrações, a vinda destas pessoas não deverá acontecer antes de outubro.

Até 2020, Portugal vai receber da União Europeia cerca de 39 milhões de euros para as polí­ticas de migração. O processo de acolhimento destes refugiados é financiado a uma média de seis mil euros por cada pessoa recebida.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) vai garantir a coordenação, o apoio logístico e administrativo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros ficará com a responsabilidade de coordenar a «posição nacional nas negociações internacionais».

Milhares de pessoas que continuam a entrar diariamente na Europa provenientes do norte de África e do Médio Oriente.

AMI está a escolher local para ajudar refugiados

O presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre, acredita que a situação vai agravar-se nos próximos tempos.

Em declarações à rádio Antena 1, Fernando Nobre explica que a organização está a estudar «onde melhor podemos atuar».

A Grécia e o sul da Itália são duas das opções. O dirigente da AMI aponta ainda as hipóteses de Bulgária e Macedónia. «Hungria é difícil devido ao regime polí­tico que vigora», refere.

«Tudo está a ser analisado com cuidado, tendo em conta que a situação vai agravar-se e muito. Vão ser milhões — para não dizer dezenas de milhões — [de refugiados] e não há arame farpado, não há muro que vá impedir coisí­ssima nenhuma», sublinha.